DECISÃO DO STF SOBRE ENSINO RELIGIOSO CAUSA PERPLEXIDADE
Andrea Ramal2024-08-07T12:23:01-03:00Supremo permite promoção de crenças no ensino religioso em escolas públicas
Supremo permite promoção de crenças no ensino religioso em escolas públicas
Profissionais que trabalham na área educacional em todo o país reuniram-se na semana passada em Foz do Iguaçu, no 23º Congresso Internacional da Associação Brasileira de Educação a Distância. O tema “metodologias ativas” esquentou as discussões entre representantes dos mais diversos setores: escolas, faculdades, universidades corporativas, editoras e fornecedores de tecnologias.
Certa vez, num colégio em que trabalhava, ocorreu que os estudantes estavam se atrasando demais na volta do recreio. Ao chegar, com a aula já iniciada, atrapalhavam os outros. A escola fez a advertência: cinco minutos depois de entrar, o professor passaria a fechar a porta.
As agressões que os professores brasileiros enfrentam não são apenas físicas. Há relatos de ameaças, roubos, insultos, danos materiais, difamação e bullying pela internet. O caso da professora Márcia Friggi, espancada na segunda-feira 21/8 por um estudante, é um exemplo do drama que os docentes enfrentam no Brasil, primeiro colocado no ranking de violência contra professores, segundo a OCDE.
Estudei parte da formação básica no Colégio Sion. A instituição, que no passado aceitava apenas meninas, na minha época já era misto. Ainda assim, na turma ainda havia poucos meninos. Tínhamos uma convivência saudável e divertida.
Os livros didáticos sempre foram um recurso fundamental para a aprendizagem na escola e na universidade. A experiência dos estudantes de hoje, porém, começa a se modificar. Com milhares de conteúdos online gratuitos na internet, o avanço das metodologias ativas de ensino e o aumento do acesso à rede, cabe a pergunta: ainda precisamos de livros didáticos?
O mercado profissional vem mudando e a reforma trabalhista aprovada em 12 de julho, em muitos aspectos, só registra o que já estava acontecendo, de modo informal.
Quanto maior é a corrupção em um país, mais distantes seus cidadãos ficam de uma educação de qualidade e de um futuro melhor. Até porque educação é o oposto de corrupção. Corrupto é o adulterado, devasso, prevaricador; é quem tem maus hábitos morais, age de forma desonesta para tirar vantagens, se deixa perverter.
Enquanto protegia os estudantes no meio de um tiroteio no Complexo da Maré, uma professora foi baleada de raspão nesta segunda. Não é o primeiro caso. Este mês, outra professora foi baleada em Quintino e em abril foi a vez de uma auxiliar de creche no Jacaré. Em março, uma aluna de uma escola em Acari foi morta. É fato: ensinar e aprender no Rio se tornaram atividades de alto risco.
Os governantes costumam se vangloriar por expandir as matrículas do ensino superior, mas isso é uma falácia. No Brasil, o mais difícil não é colocar o aluno na faculdade, e sim garantir que ele saia bem formado, com todas as competências para o alto desempenho profissional.