Certa vez, num colégio em que trabalhava, ocorreu que os estudantes estavam se atrasando demais na volta do recreio. Ao chegar, com a aula já iniciada, atrapalhavam os outros. A escola fez a advertência: cinco minutos depois de entrar, o professor passaria a fechar a porta.
Explicamos as razões, os alunos entenderam e, no primeiro dia da nova regra, depois de cinco minutos, fechei a porta, com apenas metade da turma presente. Os demais começaram a chegar aos poucos. Dava uma peninha, por dentro. Mas cumpri o combinado: pedi que os atrasados fossem para a coordenação. Lá havia atividades letivas especialmente preparadas para eles. Estava certa de que, embora dura, a lição iria funcionar e estaríamos reforçando atitudes importantes: responsabilidade, pontualidade, compromisso, respeito a acordos.
Quinze minutos depois, com a aula já engrenada, qual não é minha surpresa quando surge na porta o próprio coordenador da série, acompanhado do grupo de quase vinte alunos. Ele diz: “Professora, por favor. Somente hoje, vamos liberar, está bem? ”. […]