Os governantes costumam se vangloriar por expandir as matrículas do ensino superior, mas isso é uma falácia. No Brasil, o mais difícil não é colocar o aluno na faculdade, e sim garantir que ele saia bem formado, com todas as competências para o alto desempenho profissional.
As turmas podem até começar completas, mas terminam pela metade. É o que diz o Censo da Educação Superior (MEC, 2015): 49% dos alunos abandonaram o curso para o qual foram admitidos. A situação é mais grave em áreas como engenharia, onde apenas 42% dos estudantes que ingressam em faculdades públicas e particulares chegam a se formar. Na saúde, em cursos como medicina, enfermagem e psicologia, a média de desistência é de 48%. Uma parcela significativa sai logo no primeiro ano, quando as faculdades perdem 29% dos alunos de ciências da matemática e computação, 28% de engenharia, 26% da saúde.
Uma das principais causas é a deficiência da formação anterior. Desde 2005, ano em que o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) foi criado, a nota do ensino médio brasileiro nunca ficou acima de 3,7 na escala de 1 a 10. O mau desempenho nas provas de leitura e interpretação de textos e de matemática pesa bastante. […]