As agressões que os professores brasileiros enfrentam não são apenas físicas. Há relatos de ameaças, roubos, insultos, danos materiais, difamação e bullying pela internet. O caso da professora Márcia Friggi, espancada na segunda-feira 21/8 por um estudante, é um exemplo do drama que os docentes enfrentam no Brasil, primeiro colocado no ranking de violência contra professores, segundo a OCDE. O fenômeno não é exclusividade brasileira: em países como México, Chile, Argentina e Espanha, entre outros, existe a mesma preocupação.
Essas ocorrências são um sinal de colapso, não só no sistema educacional, mas sobretudo de colapso social, e coloca em xeque o perfil de jovem que estamos formando.
A professora Friggi faz uma síntese desoladora: “Somos agredidos verbalmente de forma cotidiana. Fomos relegados ao abandono de muitos governos e da sociedade. Somos reféns de alunos e de famílias que há muito não conseguem educar”. Ela ainda propõe uma reflexão, referindo-se ao aluno que a agrediu quando se revoltou por ser advertido na aula: “Esta é a geração de cristal: de quem não se pode cobrar nada, que não tem noção de nada”.[…]