Fonte: Estúdio I
Este artigo tem como objetivo debater o fraco desempenho do Brasil no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa). Por meio de uma análise comparativa com outros países, a educadora Andrea Ramal busca encontrar os principais motivos de nossa estagnação em um nível tão baixo de educação.
A educadora Andrea Ramal participa do programa Estúdio I, da GloboNews, e comenta os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa). De acordo com o resultado do teste de 2018, divulgado nesta terça-feira, 43% dos participantes brasileiros não aprenderam o mínimo necessário nas três áreas do conhecimento testadas: leitura, matemática e ciências. Nesse mesmo quesito, a média dos países que formam a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é de apenas 13%.
Nível de matemática
“Falando de matemática, temos um cenário muito preocupante no Brasil. De acordo com o Pisa, ficamos entre os 10 últimos colocados, entre 80 países. Se olharmos, por exemplo, para a nota dos que foram melhor, quantos alunos brasileiros ficaram entre os mais bem-colocados, que seria o nível 5 e 6, o melhor nível do Pisa? Apenas 1%!”, alerta a especialista.
Avaliação ao longo dos anos
“Estamos só andando de lado. A própria OCDE pontuou no relatório que o Brasil está estagnado. Estamos oscilando, há vários anos, nessas mesmas notas”, afirma Andrea.
Segundo levantamento do Inep, 20% dos professores não têm formação superior. E esse resultado também implica nos dados do Pisa.
Capacitação docente
“A formação de professores está ficando cada vez mais complexa. A situação brasileira é gravíssima. Temos um problema devido à formação técnica, já que o professor precisa dominar o conteúdo que vai ensinar e sabemos que existem profissionais que não são formados na disciplina que lecionam, e há ainda a questão da didática, isso é, como ensinar para um aluno do século XXI. Temos, hoje, as metodologias ativas de ensino, que promovem mais protagonismo ao estudante, mas isso não pode ser espontâneo. Precisa estar de acordo com os modelos pedagógicos que estão em voga e que, por sua vez, são fundamentados em teorias de aprendizagem”, ressalta Andrea.
Exemplos ao redor do mundo
“No Brasil, Pedagogia é o primeiro colocado em número de matrículas nos cursos a distância. Em Portugal, por exemplo, um aluno recém-formado tem um ano de residência, como acontece com os médicos, que se chama residência-pedagógica. Então, ele vai para a escola, mas está sendo acompanhado e avaliado. Países com alto desempenho em educação, como China e Finlândia, também adotam esse método de formação dos professores”, explica a educadora.
Se você se interessa pelo tema da educação e deseja se aprofundar mais, então confira o artigo “Saiba como deixar as férias mais divertidas mesmo sem gastar muito dinheiro”, no qual a educadora Andrea Ramal apresenta formas pedagógicas lúdicas para educar crianças e adolescentes durante o período de férias.
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