Ana Beatriz fez pós em Comunicação Digital Foto: Arquivo pessoal

Fonte: O GloboAutores: Elisa Martins e Bruno Alfano

 

Este artigo vem demonstrar como a crise econômica e o desemprego impulsionaram a procura por cursos de especialização  lato sensu no Brasil. Nosso objetivo com o presente texto é entender o reais motivos e formas do crescimento desse modelo de qualificação acadêmica. 

Crise econômica e medo do desemprego têm aumentado a busca por programas de pós-graduação lato sensu no Brasil . De 2016 a 2019, o número de alunos que frequentam cursos de especialização de nível superior subiu 74%. O crescimento foi puxado pela especialização na rede privada, que registrou expansão de 80% — contra 41% na rede pública — e pelo Ensino à Distância (EaD).

Já são 1.187.457 alunos em especializações de nível superior no país — há quatro anos, eram 683.053 — divididos em mais de 73 mil cursos.

Os dados são do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp), que apresentou ontem uma pesquisa inédita sobre cursos de especialização lato sensu no Brasil.

O estudo mostra ainda que os alunos têm rendimento médio mensal de R$ 4,6 mil, valor 150% maior do que a média dos que fazem graduação.

Exigência cada vez maior

Doutora em Educação pela PUC-Rio, Andrea Ramal defende que toda formação ajuda no mercado de trabalho. No entanto, ela ressalta que o MBA já teve mais peso no currículo:

 “Como muita gente já tem (MBA no currículo) , os profissionais agora estão buscando níveis cada vez mais acima para competir — afirma ela, para quem uma das vantagens da especialização é o aprofundamento de temas proporcionado nesses cursos: — Nesse tipo de pós-graduação tem que escolher um tema de pesquisa, apresentar trabalhos mais aprofundados, e isso pode coincidir com os interesses de certas empresas”, explica.