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Fonte: CBN

 

A educadora Andrea Ramal comentou, no quadro Escola da Vida, na Rádio CBN, os resultados do Anuário Brasileiro da Educação Básica 2019, divulgado, essa semana, pelo movimento Todos pela Educação. O estudo tem como base informações do Ministério da Educação. Segundo a educadora, doutora em Educação pela PUC-Rio, os números referentes ao Rio de Janeiro são bastante complicados. Andrea ressaltou a importância do estudo e lembrou que cinco anos, de um prazo total de 10 anos para ser concretizado, é a metade do caminho. “Os avanços são muito pequenos. É um plano muito rico, com metas para as universidades, para a universalização do ensino, inclusive trazendo estatísticas relacionadas às crianças com necessidade especiais para a escola regular, além de metas de capacitação e remuneração dos professores. Infelizmente, o que se conclui é que praticamente nada foi feito pelo Governo Federal, estados e municípios”, ressalta a educadora.

E Andrea continuou: “Eu trouxe um recorte de alguns dados referentes ao estado do Rio de Janeiro, parte de um levantamento que envolve todos os estados e o Distrito Federal. No Rio de Janeiro, temos um sério problema com a inserção das crianças nas creches. Avaliando os números dos estados que integram da região Sudeste, o Rio de Janeiro é o estado em pior situação quando comparamos com São Paulo, Minas Gerais e Espirito Santo. Só temos 32% das crianças matriculadas em creches. Ou seja, a cada 10 crianças, de 0 e 3 anos, apenas três frequentam alguma creche. E isso acontece, provavelmente, porque faltam vagas”, ressalta Andrea.

Ainda degundo Andrea, a falta de vagas gera outros problemas para as famílias. É importante lembrar que se um dos pais precisa ficar em casa para cuidar das crianças, a renda dessa família cai quase que pela metade. “E esse é um problema educacional e econômico também. Além disso, as pessoas que conseguem matricular os filhos em creches, muitas vezes, enfrentam problemas com profissionais mal qualificados. Em fevereiro, debatemos a contratação dos auxiliares de creche, os agentes de educação infantil que, muitas vezes, atuam sem a devida formação. Ou seja, só têm o ensino fundamental”, explica Andrea.

Andrea também destacou uma boa notícia que vem da pré-escola. Apesar da situação ruim em comparação com os demais estados da região Sudeste, 91% das crianças do estado do Rio de Janeiro, com idades entre 4 e 5 anos, estão matriculadas na pré-escola. Ou seja, nove em cada 10. “Esse percentual é muito bom porque é na pré-escola que começa a formação das competências que vão se refletir na vida adulta. E é quando começa a convivência com outros adultos e crianças, quando se forma a personalidade e se desenvolvem as habilidades”, explicou Andrea.