Fonte: CBN

 

No ‘Escola da Vida’ do dia 11 de julho, a educadora Andrea Ramal analisa dados do relatório do Tribunal de Contas do Município que aponta falhas na área da educação na cidade do Rio de Janeiro.

“O Tribunal de Contas criou uma classificação para a infraestrutura das escolas municipais: condições boas; razoáveis; razoáveis, mas com risco; precária ou em obras. Segundo o relatório, existem diversas escolas com risco de desabamento do teto, com sala de aula com rachadura e pingando água e com banheiros sem funcionamento. Estes problemas são frequentes. Ouço relatos de professores, mães e pais de alunos sobre, por exemplo, escola sem alvará dos bombeiros para funcionar. Infelizmente, a Prefeitura do Rio trata com descaso a manutenção das unidades escolares. E essa falta de cuidado impacta negativamente na aprendizagem. Se o aluno chega a um lugar que é mantido como lixo, ele se sente um lixo. Qual é a autoestima que o estudante pode ter, a vontade de aprender, de estudar, se estuda em um ambiente desestruturado?”, alerta a educadora.

Falta de recursos para manutenção

“O TCM também descobriu que os repasses de verbas destinadas à manutenção tem sido menores desde que começou a fazer as vistas. A Prefeitura do Rio tem disponibilizado apenas R$ 13.108 por ano, ou seja um pouco mais de R$ 1000 por mês. Como um colégio com 1.400 ou 1.500 alunos poderia dar conta dos problemas de manutenção com esse recurso?”, questiona a especialista.

Como cobrar melhorias?

“Os pais devem reivindicar melhorias na infraestrutura das escolas e no repasse de verbas. Os responsáveis devem se organizar para reclamar e fazer reuniões. Hoje, o WhatsApp facilita muito a comunicação entre os pais. Tenho acompanhado algumas iniciativas interessantes. Existem pais que fazem parcerias com comércios do bairro, por exemplo. Existe um colégio em Botafogo que fez uma parceria com uma ótica, que fez os óculos dos alunos que estão com problema de vista, fez parceria também com uma padaria que cuida do refeitório da escola voluntariamente. Claro que essa não é a solução, é apenas um paliativo. Sem dúvidas, a solução é a Prefeitura cuidar da educação das crianças e dos jovens”, ressalta a educadora.