No ‘Escola da Vida’ do dia 1º de agosto, a educadora Andrea Ramal analisa a lei sancionada pelo governador Wilson Witzel que obriga as escolas do estado do Rio de Janeiro a adotarem um programa de resistência às drogas e à violência.
Como vai funcionar?
O programa será ministrado por policiais, com o auxílio de professores. A implementação do projeto ainda está sendo estudada. Andrea Ramal faz algumas recomendações sobre a entrada de policiais na escola.
Preocupações dos educadores
“Tenho o maior respeito pelos policiais. É uma carreira muito difícil, em que homens e mulheres colocam a própria vida em risco para nos defender. Muitas vezes os policiais são mal remunerados. Além disso, possuem condições difíceis de trabalho, ainda mais em um estado como o Rio de Janeiro e em uma cidade como o Rio. Entretanto, me preocupa essa entrada de policiais nas escolas. Estudos comprovam que os alunos aprendem mais quando se envolvem, quando se motivam, quando se apaixonam pelo aprendizado. Em contrapartida, aprendem menos, e até costumam abandonar as escola, quando há exagero na repressão, nas punições, no uso da força, ainda que seja uma força psicológica”, alerta a Doutora em Educação em PUC-Rio.
Exemplos no exterior
“Nos Estados Unidos, houve um programa deste tipo e não funcionou muito bem. Foi registrado um aumento no número de jovens que abandonaram a escola nas instituições que adotaram esta medida. Além disso, também aumentou o número de prisões de estudantes, principalmente de alunos negros. Com isso, percebe-se o quanto questões sociais e ideológicas estão envolvidas em uma ação deste tipo. Algumas pessoas podem questionar e dizer que os policiais do Rio de Janeiro não farão isso. No entanto, para que não haja equívocos é necessário capacitação. Para implementar essa lei, os policiais precisam aprender sobre desenvolvimento juvenil, como falar a linguagem dos jovens, técnicas para reduzir os conflitos ao invés de aumentar, técnicas para minimizar o uso da força. E uma orientação muito importante: quando houver algum problema, deve-se encaminhar para os orientadores educacionais, professores e diretores, e não querer resolver os problemas educacionais sozinhos”, aconselha a especialista.
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