O Encontro tenta decifrar a origem do problema

 

 

 

Acabou o Carnaval e, infelizmente, a quarta-feira de cinzas tem sido a quarta de lixo. A quantidade de lixo no Carnaval vai aumentando a cada ano. No Rio de Janeiro, os garis recolheram, aproximadamente, 500 toneladas de resíduos desde o pré-Carnaval. Em São Paulo, foram cerca de mil toneladas. São os rastros da desordem, sujeira e falta de educação.

“O início de tudo é a falta de educação. E isso vem de casa. O primeiro ensinamento é dizer para os filhos que o lixo que você produz é de sua responsabilidade. É simples ensinar essa consciência para as crianças. É só dizer: você jogaria uma casca de banana na sala ou uma lata no seu quarto? A resposta certamente ser[a não. Então, por que não tratar a área pública dessa forma? É cuidar do público como se preserva o espaço privado”, analisa a educadora Andrea Ramal.

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“Esses casos são muito importantes! Assim, a sociedade constrói aos poucos uma atitude positiva que acaba gerando outras atitudes boas. Na minha opinião, isso falta muito. O comum é esperar a criação de uma multa para punir, uma lei para evitar o problema. Mas existem questões antes da lei, da fiscalização policial. Mesmo sem ninguém olhando ou ninguém punindo, a pessoa deve assumir que o lixo é uma responsabilidade sua. É preciso ter o prazer de fazer o correto. Isso se aprende em casa e na escola, em um trabalho conjunto. Não adianta só punir se a pessoa vai fazer o errado na primeira oportunidade”, comenta a consultora em Educação.

Risco de doenças

“Esse lixo todo vai trazer bactérias e proliferação de vírus, ou seja, mais doenças para a população. Existe uma noção de curto prazo de que não tem problema a sujeira, já que o gari vai limpar depois. Essa mentalidade está incorreta. Isso volta para a população e de uma forma muito pior. Além disso, o lixo empobrece a cidade, gera mais custos para os hospitais. É uma bola de neve”, alerta a Doutora em Educação pela PUC-Rio.

Educação ambiental nas escolas

“Já existem muitas escolas que ensinam reciclagem. Diversos colégios já possuem lixeiras que separam os resíduos por cores para posterior descarte correto. O bonito de fazer isso nas escolas é que depois essa consciência chega em casa. As crianças ensinam para os adultos que não devem jogar lixo nas ruas ou na cesta errada. É muito bonito isso!”, finaliza a educadora.