Superar a baixa presença de alunas nos cursos de exatas é desafio para escolas

Fonte: Ensino Superior Autor: Diego Braga Norte

 

Recentemente, a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo fez um importante anúncio à sociedade. A novidade era que, pela primeira vez em 124 anos de existência, uma mulher, Liedi Bernucci, ia dirigir uma das mais tradicionais escolas de engenharia do país. O caso da Poli, que tem 81% de alunos na graduação e 87% de professores do sexo masculino, é emblemático para ilustrar uma realidade constatada não só no Brasil, mas no mundo todo – a baixa presença de mulheres em cursos de exatas.

De acordo com um relatório da UNESCO, as adolescentes não buscam as ciências exatas na mesma proporção que os garotos. E são diversos os motivos por trás disso: desigualdade de gênero, educação sexista, estereótipos de gênero no ambiente escolar, entre outros. Esse comportamento tem repercussões no ensino superior, onde há um desequilíbrio de gênero nos cursos de exatas. Somente 15% dos alunos matriculados em Cursos de Ciência da Computação e Engenharia são mulheres, informa a Sociedade Brasileira de Computação. Outro levantamento, feito pela editora Elsevier, aponta que nas principais publicações científicas globais, apenas 30% dos artigos são assinados por mulheres.

Como as instituições de ensino superior devem reagir a estes fatos? Aliás, é papel das faculdades atrair mais mulheres para seus cursos de exatas?

“Pensando no sentido estritamente econômico, se as escolas de exatas aumentarem a presença feminina, vai ser bom para elas e para a economia do Brasil. Isso para não falar do aspecto social altamente positivo, avalia Andrea Ramal, doutora em Educação pela PUC-Rio”.