Fonte: Hoje em Dia | Autora: Renata Evangelista
Momo. Essa palavra ganhou o mundo nas últimas semanas. Mas para os desavisados de plantão, não trata-se do rei folclórico do Carnaval. Quem está em evidência é a Momo do WhatsApp, um perfil misterioso viral que exibe uma imagem assustadora. Tida como brincadeira por muitos internautas, principalmente crianças e adolescentes, a Momo esconde riscos reais e pode ser usada como isca para roubar dados.
O jogo do terror, como também é chamado na web, desafia as pessoas a se comunicarem com o perfil desconhecido, que envia fotos e vídeos violentos e quase sempre começa com +81, o DDD do Japão. Pode parecer bobo e sem sentido, mas quem conversa com um desconhecido nas redes sociais está sujeito a ser vítima de, pelo menos, quatro crimes: estelionato, fraude, extorsão e ameaça.
Em Minas Gerais, conforme o delegado Rodrigo Bustamante, da Delegacia de Crimes Cibernéticos, ainda não houve registro de ocorrência envolvendo a Momo do WhatsApp. Mas as buscas pelo assunto no Google a partir do Estado dispararam desde julho, o que sugere que a circulação de mensagens do perfil já chegaram a Minas.
A orientação do delegado é ignorar todos os perfis desconhecidos. “O ideal é não fomentar e não repassar essa nova moda do WhatsApp. A Momo é uma brincadeira que pode se tornar perigosa, inclusive com o roubo de dados”, alerta.
Bustamante recomenda que os pais conversem com os filhos e mostrem que a Momo não é uma brincadeira, e sim o início de um golpe. “Quem participa desse tipo de jogo ainda não tem maturidade completa. Por isso, os pais também devem ter controle dos que os filhos fazem na web”, orienta.
O advogado especialista em crimes cibernéticos, Alexandre Atheniense, também alerta sobre os perigos de se conversar com desconhecidos na web. “A internet é um beco escuro. E esse contato virtual é de alto risco pois pode causar surpresas desagradáveis”. Conforme ele, não se deve iniciar um papo com quem não é possível verificar a identidade no mundo presencial.
Para a doutora em educação da PUC-Rio Andrea Amaral, a escola também tem papel fundamental na orientação das crianças e adolescentes quanto aos riscos de games na internet. “É necessário incentivar, na escola e em casa, o questionamento sobre as razões e consequências de atos e escolhas, e refletir sobre valores. Esses desafios on-line, e outros tipos de riscos do uso da internet, precisam ser debatidos de forma transparente entre professores, pais e alunos”.