Fonte: Globo.com

A Prefeitura do Rio de Janeiro publicou em 2 de fevereiro de 2024 o decreto que proíbe o uso de celular nas escolas. No texto, a especificação indica que o eletrônico está proibido dentro da sala de aula, fora da sala de aula quando houver explanação do professor e/ou realização de trabalhos individuais ou em grupo na unidade escolar e durante os intervalos, incluindo o recreio. O slogan da campanha de conscientização diz: “a conexão deve ser com a escola, não com o celular”.

Andrea Ramal avaliou a medida em entrevista ao Jornal Hoje. Para a educadora, como medida de curto prazo, a Prefeitura do Rio acertou ao estabelecer a proibição do uso do celular na escola, principalmente por três razões.
Primeiro, porque os alunos que usam tecnologias em excesso têm uma piora no aprendizado e têm impactos negativos na saúde física e mental – o que já é comprovado por estudos internacionais.

Segundo, porque o estudante precisa prestar atenção nas aulas. Hoje os professores encontram sérias dificuldades para ensinar, com turmas repletas de alunos sem foco, com dificuldade de se concentrar e até de ouvir a explicação da matéria. O celular na sala de aula contribui para essa dispersão. Tirar o celular é um modo de ajudar os alunos, porque a mente precisa estar concentrada pra aprender.

E terceiro, porque a escola, além de oferecer aulas, tem espaços de socialização, e um deles é o recreio. A hora do recreio não é para o estudante ficar vendo mensagens nas redes sociais, mas sim para conviver, conversar, brincar, atividades imprescindíveis para uma educação de qualidade.

Andrea Ramal pontuou uma ressalva: “é importante que o Rio de Janeiro tenha um olhar para o futuro e prepare as escolas para irem se adaptando às mudanças”. Para ela, não basta proibir, é necessário ensinar aos estudantes uma postura crítica, para que eles mesmos possam, progressivamente, verificar quando a tecnologia ajuda e quando os atrapalha. “Também é possível aprender com um uso correto do celular; então o segundo passo, depois de proibir o uso indiscriminado, deveria ser desenvolver essas habilidades” – ponderou a educadora.