Estudantes estão assustados com as novas regras do programa

Fonte: Extra Autor: Bruno Dutra

 

O programa que deveria ser a porta de entrada para um curso superior tem gerado incertezas e ociosidade. O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) enfrenta uma crise, em grande parte causada pela desconfiança dos estudantes. Após experimentar um grande crescimento até 2014, com milhares de contratos firmados, a iniciativa do governo federal não atrai mais candidatos como antes. Há oferta de vagas sem interessados, e a inadimplência está em alta.

Segundo o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), ligado ao Ministério da Educação (MEC), dos 613.962 contratos em amortização neste ano (que vem sendo pagos pelos já formados), 59% estão inadimplentes, ou seja, há 364.063 contratos com, pelo menos, um dia de atraso no pagamento.

Segundo a educadora Andrea Ramal, o Fies ficou menos atraente para os estudantes. “Em primeiro lugar, porque o prazo de carência foi reduzido: em vez de começar a devolver os recursos apenas 18 meses após o término do curso, com as novas regras o estudante precisa começar a pagar assim que se forma. Além disso, uma parte do Fies foi delegada a bancos privados, o que assusta o credor – já que o empréstimo e os juros são regulados pelos bancos. A esses fatores se juntam ainda: a crise econômica e seus altos índices de desemprego, a grande burocracia para fazer parte do programa e os critérios mais rigorosos para receber o benefício – como por exemplo, o cruzamento da renda do candidato com a nota do Enem”, destaca a especialista.