Em 2020, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) entra na era digital. A informação foi divulgada pelo Ministério da Educação na última quarta-feira (3), que pretende abandonar totalmente as versões impressas da prova em 2026, após implementação progressiva. A notícia iniciou debates como a necessidade de inclusão digital no país e à capacitação dos professores da rede pública. Em Petrópolis, mais de 6,6 mil estudantes realizaram o exame em 2018, o que representa 7,4 alunos para cada computador disponível na rede municipal de ensino.
Na edição do ano que vem, a versão digital será aplicada em fase piloto, em 15 capitais do país, para cerca de 50 mil pessoas. Com isso, em 2020, o exame terá três aplicações: a digital, a regular e a reaplicação. A última delas é voltada a candidatos que forem prejudicados por algum problema logístico ou de infraestrutura durante a realização da prova digital.
Durante as primeiras aplicações, a prova digital será opcional e escolhida pelo estudante no momento da inscrição. Entre 2021 e 2025, o número de aplicações será ampliado gradativamente, até que, em 2026, a versão impressa seja encerrada, segundo a previsão do Ministério. Para os cinco milhões de estudantes escritos na edição deste ano, não há mudanças.
Educadores defendem inclusão digital antes que mudanças sejam implantadas
O anúncio da digitalização levantou questões como a falta de capacitação das escolas e a desigualdade social, que podem prejudicar alunos que não possuem acesso à informática. Na rede municipal de Petrópolis, por exemplo, há cerca de 900 computadores e aproximadamente 40 mil alunos matriculados, número que representa mais de 44 estudantes para cada máquina disponível.
Já a educadora e escritora Andrea Ramal, doutora em Educação pela PUC-Rio, destacou que a digitalização é uma tendência mundial, mas que precisa ser feita em etapas.
– A tendência do mundo é o digital, e as escolas e o Ministério devem olhar para o isso, deixando os jovens mais próximos à tecnologia. Temos, sim, que ir em direção ao digital, mas a questão é como e quando, e o Inep não está seguindo o caminho natural – destacou Andrea.
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