Uma das principais recomendações do Conselho Nacional de Educação é para que escolas públicas e privadas evitem a reprovação dos estudantes neste ano. O documento lembra que muitas instituições estão oferecendo aulas remotas, mas nem todos os alunos conseguem ter acesso, evidenciando situações de desigualdade. No ‘Escola da Vida’, a educadora Andrea Ramal analisa o parecer.
“O Conselho Nacional de Educação é um organismo que dá orientações, pareceres e diretrizes e conta com membros de diversas áreas. O parecer do CNE diz que as escolas deveriam evitar reprovar alunos esse ano. Eu concordo com esse parecer”, destaca a Doutora em Educação pela PUC-Rio.
Reprovação em 2020
“O que fazer com este ano letivo? Existem três alternativas: a primeira, considerar o ano perdido e começar em 2021, do zero: todos na mesma série em que estavam. A segunda, aprovar quem aprendeu e reprovar os demais. A terceira é matricular os alunos na série seguinte (exceto no caso dos anos finais do ensino fundamental 1 e 2 e do ensino médio), e trabalhar em 2021 com um plano de estudos especial para cobrir os conhecimentos das duas séries. Embora possa parecer absurda para alguns, essa terceira alternativa não deixa de ser plausível. Isso porque a aprendizagem deve ser estruturada em ciclos, mais do que em “séries”. A opção de anular este ano letivo, depois do período tão difícil que vivemos, pode trazer danosos impactos emocionais — o que tem consequências negativas na aprendizagem futura. Seria impor às crianças mais uma frustração, fazendo-as perder um ano da vida acadêmica. Para essa medida funcionar, é preciso explicar bem às famílias o que esta situação excepcional significa, como o trabalho será coordenado e como os pais e responsáveis podem acompanhar, em casa, o trabalho da escola”, comenta a educadora.