No ‘Escola da Vida’, a educadora Andrea Ramal falou sobre o consumismo infantil, principalmente nessa época de Natal.
“Quero lançar um desafio para o ouvinte. Imagine que você está em um shopping com uma criança que gosta muito de um determinado personagem infantil, como um capitão ou super-herói. Esta criança assistiu uma publicidade dizendo que ela precisa comprar uma nova bicicleta para entrar no time do personagem preferido. Então, o pequeno fica seduzido pelo comercial e, ao passar no shopping, observa a bicicleta e a pede insistentemente de presente. O que você faria, ouvinte? Você compraria a bicicleta para criança parar de fazer birra? Diria que compra apenas se o filho tirar boas notas na escola e se comportar bem ou não compraria dizendo que a criança não merece por não ter se comportado bem? Ou não compraria a bicicleta e o distrairia com uma ida ao cinema? E, mais tarde, em casa explicaria que ele não precisa da bicicleta porque já tem uma que funciona bem e que ele pode economizar parte da mesada ao longo do ano para, futuramente, colaborar com a troca da bicicleta que tem hoje?”, questiona a especialista.
“Escolheu a primeira opção, comprar a bicicleta para a criança parar de fazer birra? Isto não é nada educativo, pois você está mostrando que cede diante do primeiro desejo consumista da criança. Frequentemente, os pais têm essa atitude e esquecem que logo depois virão outros pedidos materiais”, destaca Andrea.
“A segunda também não é muito boa, já que você estará ligando o sonho de consumo ao comprimento de uma obrigação. Tirar uma boa nota e se comportar é uma obrigação da criança e um dever, por isso a família não pode atrelar o consumo a isso. A criança vai pensar: ‘não vou me comportar bem, porque quando for obediente vou ganhar um presente’. Assim, os pais viram reféns e a criança não faz mais nada se não ganhar algo material em troca. O ideal é a última opção, ou seja, tentar o diálogo e educar para o consumo mais consciente”, aconselha a educadora.