Gravação da MultiRio com alunos da rede pública de ensino. Crédito: Alberto Jacob Filho

Fonte: Aventuras MaternasAutora: Andrea Ramal

O acompanhamento dos estudos dos filhos varia de acordo com a idade. Com as crianças menores de 7, 8 anos, deve-se criar o hábito de estudos. E o ideal é o momento de estudo em casa aconteça sempre nos mesmos horários. Os pais devem organizar o ambiente que a criança faz o dever de casa, estimular o hábito da leitura, ler junto com o filho e participar das reuniões de pais. Entre 11 e 12 anos, os pais devem olhar o dever de casa, regular o uso da internet, ampliar o conhecimento da criança fora da escola, com idas a museus, teatros e cinemas. E prestar muita atenção na hora da transição do 5º ano para o 6º ano, que costuma ser um momento difícil na vida do aluno. Com os adolescentes, os responsáveis devem conversar, orientar, estimular a leitura de jornal e revista, acompanhar as notas escolares, participar de reunião de pais e ficar atento ao bullying. Entre 13, 14 e 15 anos, podem surgir muitos problemas de bullying, que também afetam as notas dos estudantes.

Não deve haver cobrança exagerada dos pais, mas os pais devem sempre lembrar para os filhos que as pessoas precisam se esforçar se desejam atingir um objetivo e ter recompensas. Se o filho não estuda, ele deve receber um castigo. Claro que não estou me referindo a castigos pesados ou a palmadas, mas se o filho não estuda e nada muda em casa: ele continua brincando, navegando na internet e ganhando mesada, parece que o estudo não é tão importante para os pais.

Vejo, algumas vezes, por exemplo, que o estudante escuta do pai: você tirou nota 7, mas está bom. Mas o ideal é que o responsável estimule nota maiores. Os pais devem comentar que os filhos são capazes de tirar 8, 9 e até 10! Isso faz a criança ou o jovem se esforçar e continuar estudando.

Entretanto, é preciso que os pais tenham cuidado porque nem sempre é culpa do aluno uma nota baixa, nem sempre é preguiça da criança ou do jovem. Se o seu filho estuda bastante, se esforça e tira nota baixa, pode ser um caso de problemas de visão ou audição, dislexia ou hiperatividade. Se o aluno possui problemas familiares em casa ou sofre bullying na escola, as notas podem cair também.

Já tive muitos alunos que tiravam notas boas no primeiro bimestre, relaxavam e terminavam o ano em recuperação. Para isso não acontecer, é preciso ter foco, como tudo na vida, não se distrair com outras coisas e ter organização. Além disso, é aquela máxima: em time que está ganhando, não se muda. Se a nota foi boa por conta de uma rotina de estudos, é necessário que isso seja mantido, para seguir com o que está funcionando bem. Afinal, ainda estamos no início do ano. Uma nota azul no começo do ano letivo não significa que o aluno já passou.

Sei que a rotina de trabalho dos pais costuma ser pesada. Para os pais que trabalham, é até duro falar isso, mas existe a manhã de sábado ou de domingo, para sentar com o filho e olhar o estudo da semana, o que ele fez e deixou de cumprir. Além disso, os pais podem ligar diariamente para os filhos e saber se o filho está estudando, se está lendo algum livro, o que ainda vai estudar durante o dia. Além disso, é bacana colocar metas de estudos para o filho. Uma dica é colocar as metas na porta da geladeira e o filho riscar no papel a atividade na medida em que for cumprindo. Caso o filho não cumpra, deve ficar sem videogame no dia seguinte, por exemplo. É necessário que haja rigidez, proibindo as brincadeiras até que o filho atinja as metas do dia. A obrigação da criança, além de brincar, é aprender.

Andrea Ramal é educadora, consultora em Educação, Doutora em Educação pela PUC-Rio e autora dos livros “Filhos bem-sucedidos: Sete maneiras de ajudar seu filho a se realizar na escola e na vida” e “Depende de você – Como fazer de seu filho uma história de sucesso”.