A primeira vaga de trabalho é um problema para milhares de jovens no país. FOTO: Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas

Fonte: CBN 

 

No ‘Escola da Vida’ do dia 22 de agosto, a educadora Andrea Ramal analisa os reflexos do desemprego entre jovens com idades entre 18 e 24 anos.

Dados

Atualmente, o Brasil conta com 12,7 milhões de desempregados, que têm permanecido cada vez mais tempo nessa situação. Os mais jovens continuam sendo os mais afetados. Além de registrar uma retração de 1,3% na ocupação no trimestre móvel encerrado em janeiro, o grupo entre 18 e 24 anos possui a menor probabilidade de ser contratado e tem a maior chance de ser demitido. Os dados constam na seção Mercado de Trabalho da Carta de Conjuntura divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Os cálculos são feitos a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do IBGE, e do Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda.

Barreiras enfrentadas

“O desafio é muito grande, pois a concorrência é muito alta. Em processos seletivos, o jovem que ainda está estudando ou acabou de se formar concorre com candidatos um pouco mais velhos, que já têm mais de experiência, ficando, portanto, em desvantagem. Além disso, quando chega a hora de um corte na empresa, os jovens são os primeiros atingidos. E ainda existe um terceiro desafio: a reforma da previdência. Com as pessoas trabalhando mais, haverá mais procura por oportunidades por parte de funcionários com mais de 50 anos. Sendo assim, as empresas também vão ficar de olho em trabalhadores mais experientes, com mais aprendizagem acumulada ao longo da carreira. Por conta destes fatores, o desafio do jovem nesse momento é ainda maior”, explica a educadora.

Soluções

“O Brasil precisa de uma política pública para o primeiro emprego. Por exemplo, poderia haver uma menor incidência de impostos na folha de pagamento de jovens no primeiro emprego. As empresas precisam também ter mais responsabilidade social. Assim como as companhias admitem funcionários com mais experiência, contratando pessoas da terceira idade, precisam olhar com carinho também a situação dos jovens recém-formados. As empresas podem treinar esses jovens dentro do perfil e cultura da instituição. As universidades corporativas voltadas para treinamento e desenvolvimento são uma ótima opção”, comenta a Doutora em Educação pela PUC-Rio.

Dicas

O jovem também precisa fazer a sua parte e enriquecer o currículo. Segundo Andrea Ramal, não pode parar de estudar e também não dá para recusar uma oportunidade de estágio, mesmo com baixa remuneração. “O estágio, ainda que não tão bem remunerado, é muito bom para acumular experiência e vivenciar as primeiras interações no mercado de trabalho. Outra dica é manter os idiomas em dia. Hoje, inglês e/ou espanhol são fundamentais para enriquecer o currículo. O trabalho voluntário também contribui na hora do processo de seleção”, indica a especialista.