No ‘Escola da Vida’ do dia 9 de maio, a educadora Andrea Ramal analisou o corte no repasse de verba para unidades federais de ensino.
Educação básica e superior
“Acredito que um dos principais problemas do governo atual é a comunicação, a maneira como eles explicam o que estão fazendo ou querendo fazer. Penso que o Ministro da Educação quis dizer que o Brasil está gastando muito com o ensino superior e pouco com o ensino básico, que todos sabem que é essencial para a educação brasileira. O país investe no aluno universitário a mesma média que os países europeus. Por outro lado, com o estudante da educação básica, o Brasil investe igual aos países subdesenvolvidos. É positivo esse olhar para o ensino básico. É essencial que os governantes notem que é necessário que mais verbas sejam alocadas, que haja uma gestão de qualidade e uma renovação nesta etapa do ensino. No entanto, isso não pode ocorrer em detrimento do que vem funcionando bem no ensino superior”, analisa a educadora.
Gestão dos recursos
“É aquela máxima: o Brasil não gasta pouco com educação, o país gasta mal. Melhor do que cortar verbas, o ideal seria começar consertando a gestão. Algumas universidades brasileiras, por exemplo, possuem orçamento anual de bilhões. Será que a gestão está sendo bem feita? Será que existe planejamento, estratégia, plano de ação concreto para utilizar bem esses recursos? Será que todas as pesquisas realizadas estão sendo comunicadas para a sociedade e trazendo de fato um retorno desse investimento para toda a população? Não seria melhor aprimorar a gestão do que simplesmente dizer ‘não tem mais dinheiro’?”, questiona a Doutora em Educação pela PUC-Rio.