Fonte: Encontro com Fátima Bernardes, Globo. 11 de janeiro 2020.

Hoje, no Encontro, na TV Globo, estudantes que farão as provas do Enem perguntaram à Andrea Ramal sobre a melhor opção para quem não se sair bem no exame: se matricular em um cursinho ou refazer o quarto ano do ensino médio.

A especialista em educação acredita que os estudantes devem priorizar os aprendizados do ensino médio: “o cursinho, em geral, é uma preparação meio “fabril”. Na maioria das vezes, se ensina a resolver mecanicamente as questões. O Enem mede se as competências necessárias foram desenvolvidas para quem vai cursar o ensino superior. O ideal é assistir novamente às aulas do último ano do ensino médio e investir em desenvolvimento.”

A educadora ressaltou a importância do dia de descanso na etapa final de preparação. “Estamos bastante abalados com tudo o que está acontecendo. Diminuir o ritmo de estudos permite que o aluno chegue preparado, física e mentalmente, para uma prova mais tranquila”.

Andrea Ramal destacou a importância de estimular a autonomia dos alunos: “É preciso ter muita motivação pessoal, querer seguir em frente e correr atrás dos sonhos. Tudo isso em consonância com a autonomia, capacidade que merecerá investimento crescente por parte da escola do futuro. Em um futuro com ensino híbrido, os estudantes precisam aprender a estudar sozinhos.”

Ainda de acordo com a especialista, foram inúmeras as lições aprendidas durante a pandemia, principalmente a respeito do valor dos educadores e professores: “ser professor não é algo espontâneo, exige uma preparação muito séria para que o profissional aprenda a lidar com os outros. Outro ponto positivo foi o envolvimento que as famílias passaram a ter no acompanhamento da vida escolar. É algo que veio para ficar. E as famílias estão cada vez mais atentas porque perceberam que as escolas não podem ter toda a responsabilidade.”

Para a educadora, o aprendizado pós-pandemia 2021 deverá ser o maior desafio da história da educação brasileira, ressaltando que espera que os gestores que forem escolhidos tenham a devida preparação, que possam se inspirar nos modelos de outros países bem como multiplicar as experiências brasileiras de sucesso. E que, além disso, tenham a vontade de mudar. “Precisamos fazer diferente a partir de agora”, concluiu Andrea.