Fonte: G1Autora: Andrea Ramal

Já havia acontecido no Domingão do Faustão, da TV Globo: Tatiele Polyana, participante do BBB14, contou sobre seus planos profissionais e finalizou dizendo que “se nada der certo, viro bailarina”, apontando para o elenco de dançarinas do programa. O apresentador não deixou a ofensa passar em branco e retrucou de bate-pronto: “Olha, não é assim não! As bailarinas aqui têm que estudar bastante! ”.

Um preconceito de classe similar provocou polêmica esta semana: na Instituição Evangélica de Novo Hamburgo (IENH) os alunos do ensino médio participaram de uma atividade chamada “se nada der certo”, vestindo-se com as roupas e uniformes de profissões que eles atribuem a “fracassados”: vendedores, garis, faxineiros, empregados domésticos, cozinheiros.

No mínimo três questões podem ser retiradas desse episódio. Primeiro: será que com essa visão de mundo, os jovens desta escola já não estão dando errado na vida? Porque ainda não entenderam conceitos fundamentais da existência, que só “dá certo” quando vemos o outro em igual escala de importância, e respeitamos sua dignidade, aspirações e capacidades. Os alunos podem ser jovens na idade, mas o desprezo por quem não tem diploma universitário ou alta remuneração mostra mentes tacanhas. Onde estão os jovens que sonham com um novo futuro, de igualdade, justiça e respeito para todos? Esses costumam dar mais certo na vida. […]