Andrea Ramal fala sobre a violência contra os professores em escolas brasileiras

 

 

Hoje foi dia de debater a violência contra o professor no Encontro com Fátima Bernardes/TV Globo. O programa começou apresentando imagens do episódio ocorrido na Escola Maria de Lourdes Teixeira, em Carapicuíba, em São Paulo, quando alunos agrediram a professora e destruíram a sala de aula. A docente ainda se encontra internada e não teve condições de ser entrevistada no programa. Os alunos envolvidos no episódio foram afastados, alguns deles estão internados.

O Brasil está no topo de um ranking mundial de violência em escolas. Os dados são da OCDE e o estudo envolveu 100 mil professores e diretores de 34 nações. O país lidera com 12,5%, seguido pela Estônia e pela Austrália. Os professores dizem ser vítimas de agressões verbais ou físicas pelo menos uma vez por semana. Outro estudo apresentado, realizado pelo Sindicato dos Professores do estado de São Paulo, mostra que 51% dos docentes da rede pública já passaram por situações de violência.

“A violência em sala de aula está crescendo e o problema começa ainda em casa. Os pais não estão fazendo seu papel de reforçar a importância do professor e do estudo e em colocar limites. Essas crianças e jovens provavelmente não têm limites em casa e chegam à escola, onde é necessário ter disciplina e rigor, e se revoltam”, ressalta Andrea.

Andrea lembrou do quanto é negativo que os pais lembram de episódios vividos em sala de aula relacionados ao professor. Os pais contam suas travessuras e os filhos acham que isso é legal e divertido.

“Existe um problema ainda maior: o social. Eu acredito que o brasileiro é um pouco hipócrita quando fala da importância da educação. Todos destacam que a educação é a base de tudo, mas são poucos os pais que reforçam a importância e o valor do professor em casa”, destacou.

O clima escolar também deve ganhar mais importância. Envolver os pais e explicar o quanto declarações sobre o professor podem impactar as relações entre professores e alunos e o aprendizado como um todo.

Andrea lembrou ainda a importância do debate sobre o tema nas escolas e citou Coréia do Sul, Malásia e Romênia como países que não tiveram episódios de violência em escolas e, por isso, devem ser encarados como exemplos.