O conteúdo pode fazer com que a criança fique curiosa e participe dos desafios

Fonte: Pais & Filhos | Autora: Jennifer Detlinger

Que atire a primeira pedra quem nunca deixou o filho entretido com a TV, vendo um programa infantil ou mesmo um canal no YouTube dedicado para crianças. Mas é preciso ter cuidado redobrado e atenção ao tipo de conteúdo que seu filho anda assistindo na internet — infelizmente, existem canais supostamente infantis no YouTube que trazem conteúdo violento, ofensivo ou até mesmo erótico.

O mais novo caso de vídeos com cenas impróprias para crianças é relacionado ao aparecimento de “Momo”, um desafio que começou a circular entre jovens pelo WhatsApp — o jogo consiste em adicionar um contato com o suposto número da Momo e iniciar uma conversa. Com uma aparência aterrorizante e olhos esbugalhados, a imagem ficou famosa pelo aplicativo de conversas.

À primeira vista, o jogo parece ser algo inofensivo, até que a pessoa por trás do número começa a fazer ameaças envolvendo os familiares das crianças usando informações pessoais da família, desafiando os jogadores a fazer coisas perigosas e incitar ao suicídio e violência.

Desta vez, a imagem de Momo está presente em montagens ao lado da personagem Peppa Pig. No Youtube, é possível encontrar dezenas de vídeos com conteúdo impróprio e violento para as crianças, usando a imagem de Peppa Pig como atrativo.

O assunto é sério e merece atenção. Além da imagem usada no desafio da Momo ser aterrorizante por si só, colocá-las em um vídeo ao lado de personagens infantis pode fazer com que uma criança fique curiosa e vá atrás de participar do jogo, o que é ainda mais perigoso.

O que os pais podem fazer

Pense na internet como se fosse o parquinho ou a praça do seu bairro. A atitude dos pais tem que ser parecida nas duas situações: não deixar o filho brincando sozinho, dar uma vistoriada básica para ver se não há algum perigo à vista. Segundo dados do CyberHandbook, cerca de 80% dos pais não têm ideia dos conteúdos acessados pelos filhos diariamente na internet, o que os coloca em uma posição vulnerável.

Para Andrea Ramal, consultora em Educação, Doutora em Educação pela PUC-Rio e autora do livro Educação na Cibercultura, os pais precisam estar conectados e participar ativamente do mundo digital para conseguir monitorar a atuação dos próprios filhos nas redes sociais. “Eles precisam se informar cada vez mais sobre as novas tecnologia e aprender a usar os dispositivos e mídias que os filhos dominam. Só assim, vão conseguir saber o que está acontecendo e agir de forma preventiva sempre que uma possível ameaça for detectada”.