Após dois anos, os jovens que ingressaram na universidade podem, finalmente, ter a experiência mágica das aulas presenciais. São representantes de uma geração que entrou para a faculdade justo quando o novo coronavírus impôs o isolamento social. Esses jovens não são mais exatamente calouros, mas muitos ainda se sentem assim em algum grau. A fase do ensino remoto lhes exigiu um esforço de concentração e ajustes sem precedentes. No caso da UFF, os alunos ficaram seis meses sem aulas até que o modelo a distância fosse implantado. Os universitários foram os mais atingidos entre todos os estudantes: enquanto a maioria das escolas voltou ao presencial, no segundo semestre de 2021, o ensino superior começa a promover agora esse retorno, grande parte ainda no sistema híbrido.

Segundo a educadora Andrea Ramal, já era hora da volta ao presencial. Ela avalia os prejuízos acumulados. Afinal, todos foram pegos de surpresa pelo sacolejo pandêmico e tiveram que instantaneamente embalar no estudo a distância, modalidade que requer autodisciplina, capacidade de organização pessoal e muita motivação.

“Cabe neste momento às universidades ajudar esses jovens para que não fiquem para trás”, afirma a Doutora em Educação pela PUC-Rio.

E assim a vida dos universitários vai entrando no ritmo. Recentemente, as atividades pedagógicas presenciais nos 176 cursos de graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) também retornaram. Outras instituições, como a Unirio, ainda estudam essa volta. A previsão é que aconteça ainda no primeiro semestre de 2022, já que a pandemia arrefece o dia a dia vai tomando áreas de normalidade. A educadora Andrea Ramal reforça a importância do ensino presencial, sobretudo no começo da universidade.

“Frequentar uma faculdade vai muito além das lições ensinadas em sala de aula: incluir ir à biblioteca, assistir a palestras, conhecer outros departamentos e frequentar atividades interdisciplinares”, reforça.

Além disso, diz, a vida ao vivo e em cores promove uma vital troca de experiências, de visão de mundo e expectativas de carreira. Mateus, o aspirante a cineasta, se sente aliviado com esse contato e acredita que isso vai lhe abrir a visão e ampliar sua experiência.

 “Agora só temos dois anos pela frente, vou tentar passar o máximo de tempo na faculdade e aproveitar cada momento”, garante o entusiasmado veterano calouro.