Em Duque de Caxias, uma organização para educação popular está conseguindo driblar as dificuldades e resgatar o sonho do ensino superior.

Julia Bispo, 20 anos, é mãe de um bebê e voltou a estudar para cursar Enfermagem. Durante um ano ela estudou pelo celular, em casa, enquanto cuidava do pequeno Artur:

“Não é fácil porque preciso dar atenção a ele e estudar. Não tenho como separar”, destaca.

A Maria Emília também se inscreveu no Enem. Aos 63 anos, ela quer cursar Psicologia:

“Eu me aposentei, meus filhos estão criados, estou com a vida mais tranquila e achei que era o momento certo para voltar a estudar e fazer o Enem. A principal dificuldade foi com o computador. As pessoas da terceira idade têm essa dificuldade”,  explica.

As duas são alunas do curso do pré-vestibular +Nós, um projeto de Educação Popular que funciona há cinco anos em Duque de Caxias. No ano passado, em meio à pandemia, o projeto teve cinco alunos inscritos no Enem, todos assistindo às aulas pelo celular, e quatro foram aprovados.

Para Débora Amorim, Coordenadora Pedagógica do Projeto +Nós, fazer as provas do Enem é uma forma de se entender nesse espaço, de luta e de resistência em relação ao sonho de ser aprovado em uma universidade pública.

Em 2021, os sete alunos do +Nós que fizeram o vestibular da UERJ passaram. Agora, 30 estudantes farão o Enem. Especialistas afirmam que, nessa reta final, o apoio dos familiares é fundamental, dentre outras estratégias.

Para a educadora Andrea Ramal, Doutora em Educação pela PUC-Rio:

“É importante participar de aulas de revisão, focar nas matérias que caem repetidamente nas provas, cuidar do preparo físico, cuidar da preparação e manter o equilíbrio emocional”.