Fonte: O Paraná

RIO -— A mudança da realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que será realizado em dois domingos consecutivos, ao invés de um fim de semana, foi elogiada esta quinta-feira por educadores entrevistados pelo GLOBO. Segundo eles, o intervalo de uma semana entre as provas poderá ser usado para os estudantes revisarem o conteúdo e avaliarem assuntos da primeira etapa que poderão ser explorados como tema da redação.

Andrea Ramal, doutora em Educação pela PUC-Rio, considera que o antigo ritmo do Enem, em que os alunos eram submetidos à prova em um sábado e domingo do mesmo fim de semana, transformava-se em uma “prova de resistência”.

— O exame era marcado pelo estresse e cansaço. Agora, os alunos poderão focar em uma revisão dos temas específicos da prova seguinte – conta. – Recomendo que, na semana entre as duas provas, o esudo seja limitado a apenas quatro ou cinco horas por dia, para que ninguém chegue desgastado ao outro domingo.

Diretor do grupo Eleva Educação, Fábio Oliveira elogia as mudanças implementadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela aplicação do exame. Ele destaca que vários antigos pleitos dos alunos foram atendidos e de que a preparação para as provas será facilitada.

— Pelo menos desde 2009 ouço os candidatos reclamarem da realização do Enem num mesmo final de semana. Eles ficavam extremamente cansados. Agora, com certeza a maioria deles sentirá uma melhora no desempenho, porque eles estarão mais dispostos, mais prontos. Acho que o governo acertou.

Segundo ele, como haverá seis dias para estudar entre a primeira e a segunda prova, os candidatos terão tempo para fazer mais simulados e se concentrar mais em questões abordadas nas disciplinas contidas na segunda prova. Oliveira ressalta, ainda, o benefício de o MEC juntar, numa mesma prova, Linguagens, Ciências Humanas e Redação, e no exame seguinte, Matemática e Ciências da Natureza. Até o ano passado, os blocos de temas abordados em cada dia eram diferentes um do outro, misturando sempre humanas e exatas. Isso, segundo o educador, atrapalhava mais do que ajudava o estudante. […]