Enem é a principal porta de entrada para as universidades públicas do país. Foto: Reprodução

Fonte: CBN 

No ‘Escola da Vida’ do dia 4 de abril, a educadora Andrea Ramal falou, ao vivo, sobre os projetos que deveriam ser priorizados pelo MEC, os riscos da falência da gráfica que imprimia as provas do Enem e as eleições para os cargos de reitor e vice-reitor da UFRJ.

Projetos a serem priorizados pelo MEC 

“O MEC deveria pautar o seu trabalho pelo Plano Nacional de Educação. Ele foi aprovado em 2014, com 20 metas para a educação brasileira. De 2014 até agora só uma meta foi cumprida. Do plano, o que é mais urgente: Reestruturar o Fundeb, para que seja mais redistributivo, implementar a Base Nacional Comum Curricular e melhorar a formação dos professores e a carreira docente. Sobre a melhoria do desempenho dos estudantes, tem que focar em resolver o problema da alfabetização, pois hoje o aluno acaba passando de ano sem saber ler, interpretar, fazer contas. Com isso, vem a bola de neve do analfabetismo funcional. É importante, ainda, que haja a reforma do ensino médio para que o Brasil pare de perder a cada ano, em torno, de três milhões de jovens de 15 a 17 anos por conta da evasão escolar”, afirma a educadora. 

Falência da gráfica que imprimia as provas do Enem 

“O Enem ocorre em novembro e, para cumprir o cronograma, a impressão das provas deve ocorrer até maio, no máximo. É muita coisa para imprimir. No ano passado, o Enem recebeu 5,5 milhões de inscrições. No total, foram impressas 11 milhões de provas, cada uma com 16 folhas, o que resulta em 176 milhões de folhas. Mas a impressão é o de menos: tem o desafio logístico de entregar os pacotes de provas em cada local. O Enem acontece em 1725 municípios, são 155.254 salas e 600 mil pessoas envolvidas na aplicação da prova”, alerta a especialista.

Como recuperar o Fies? 

“O Fies foi minguando porque foi alterado nos últimos anos. Mudou quem financia, antes era o governo e agora tem a participação de bancos. Além disso, mudou o financiamento, era taxa zero, tinha 18 meses para começar a pagar e agora existem juros e o aluno precisa começar a pagar assim que sai da faculdade, sendo descontado direto no contracheque, ou seja, começa a trabalhar com uma dívida de quatro anos de mensalidades acumuladas. E esse ano, ainda por cima, houve falhas no sistema de informação do MEC. O Ministério da Educação diz que não houve prejuízo, mas as aulas já começaram e esses estudantes ainda não puderam começar a estudar”, explica a Doutora em Educação pela PUC-Rio.

UFRJ em eleições: qual deveria ser a prioridade da próxima gestão?

Conseguir verba – Houve cortes nos últimos anos. Se o MEC centralizar a destinação de recursos vai ter que batalhar pelo orçamento com as outras universidades federais;

Melhorar a gestão – O orçamento da UFRJ é parecido com o da USP. Entretanto, a USP possui quase o dobro do número de alunos, ou seja falta eficiência;

Estrutura (salas de aula, laboratórios, equipamentos…) – O incêndio do Museu Nacional deixou bem à mostra as condições em que as instalações da UFRJ estão: falta manutenção e existe necessidade de reforma.