No último domingo, no Globo Comunidade, na TV Globo, a educadora Andrea Ramal falou sobre a pesquisa do IBGE que revela que quatro em cada dez jovens de 19 anos não concluíram o ensino médio. Cerca de 55% dos adolescentes pararam de estudar ainda no ensino fundamental. No Rio de Janeiro, 194 escolas em área de risco tiveram aulas prejudicadas por causa dos tiroteios.

“O novo secretário de Educação e o novo governador vão encontrar um cenário complexo no Rio de Janeiro. Uma prova disso é o último resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). No ensino médio, o Rio de Janeiro foi o único estado do Brasil que ficou abaixo da meta em todos os segmentos. O estado atingiu o índice de 3,3%, abaixo inclusive da meta do Brasil que foi de 3,5%. Isso significa um baixíssimo aprendizado em português e matemática, alta taxa de repetência e de evasão”, alertou a especialista.

“Um desafio será resgatar essa relação com os professores. No governo do Pezão, o  estado do Rio teve uma greve que durou quase cinco meses. É um absurdo os alunos ficarem tanto tempo sem aula. Uma paralisação tão extensa desestimula, gera perda no ritmo do estudo. Não se trata exclusivamente de aumentar o salário dos professores, óbvio que a valorização salarial é essencial, porém as condições de trabalho também estão muito ruins. As escolas estão em uma situação precária: falta ar-condicionado, existem vazamentos, faltam mesas para os professores e cadeiras para os alunos. É necessário que haja uma reforma de infraestrutura nas escolas, construindo laboratórios e bibliotecas e fazendo com que a tecnologia entre na escola. O desafio dos professores nessa realidade é muito grande. Os docentes precisam resgatar tudo que o estudante não recebe e valorizar o aluno em uma estrutura que não oferece tudo que ele precisa para aprender“, destacou a Doutora em Educação.

A educadora apresentou, ainda, possíveis soluções. “Uma das possibilidades é ampliar o horário nas escolas, uma proposta próxima do ensino integral. Independente de qual estrutura seja, temos que colocar os jovens mais tempo na escola. No colégio, crianças e adolescentes ficam expostas ao aprendizado, em vez de ficarem expostas à violência e ao tráfico de drogas”, sugeriu a educadora.