A educadora Andrea Ramal fez uma análise para o programa CBN Rio, da Rádio CBN, dos planos de governo dos candidatos Eduardo Paes (DEM) e Wilson Witzel (PSC) para a Educação.

Segundo a Doutora em Educação pela PUC-Rio, “O plano de governo do ex-prefeito Eduardo Paes compromete-se com um programa voltado para a primeira infância, que integra políticas de saúde, assistência e educação, apoiando os municípios para ampliar as vagas nas creches e pré-escolas. Hoje sabemos que uma parte importante dos problemas de aprendizagem se originam nestas fases iniciais da educação. Investir na educação infantil, mesmo não sendo papel direto do estado, trará reflexo positivo na aprendizagem e na permanência na escola ao longo dos anos”.

Como ponto negativo das propostas do Paes para o setor de educação, a especialista destaca que “é um programa com poucos indicadores, pouco específico, o que dificultará a mensuração dos futuros resultados. O plano menciona ‘ampliar significativamente as vagas’, porém a pergunta que fica é: para que número?. Cita, ainda, que irá aumentar o orçamento da educação. Apesar da ideia ser muito boa, não especifica de quanto será esse aumento.  Também fala em reestruturar a infraestrutura das escolas, mas isso é vago. É necessário, entretanto, informar com que elementos, será que está se referindo a mais bibliotecas, laboratórios, computadores ou estrutura de acessibilidade?”, analisa a consultora.

De acordo com a especialista, o aspecto positivo do plano de governo do Witzel é que “Pretende ampliar a oferta de ensino profissionalizante, o que é fundamental por diversos motivos: ajuda o jovem a ingressar mais rapidamente no mercado de trabalho, diversifica o currículo e as possibilidades de escolha do jovem. Isso certamente ajudaria a reter mais jovens na escola, reduzindo, assim, a evasão”.
“O que vejo com preocupação na proposta do Witzel é a criação de uma disciplina obrigatória chamada “Constituição e Cidadania” para ensinar aos jovens o funcionamento do Estado e os direitos e deveres do cidadão. Isso se opõe às tendências mais modernas da educação, segundo as quais ética e cidadania devem ser ensinadas ao longo de toda a formação, de maneira transversal, sendo um compromisso de todos os educadores, e não apenas algo limitado a uma disciplina. Além disso, o currículo do ensino médio já está superlotado, não deveríamos criar mais matérias, e sim abordar os conteúdos de forma mais global e integrada”, afirma a educadora.