Nenhum estado atingiu a meta que tinha para 2017 no ensino médio e cinco ainda registraram queda na nota

O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do ensino médio brasileiro está cada vez mais longe dos seus objetivos. Nenhum estado atingiu a meta que tinha para 2017 no ensino médio e cinco ainda registraram queda na nota. Os dados do Ideb, principal indicador de qualidade da educação básica no Brasil representado numa escala de 0 a 10, foram divulgados pelo Ministério da Educação (MEC).

Segundo a educadora Andrea Ramal, que esteve no Estúdio I, na GloboNews, esses dados mostram que a educação brasileira está estagnada. “Se você analisa o Ensino Médio público de 2007, o Brasil ficou com a nota 3,2 e agora em 2017 nós temos a média da educação pública no Ensino Médio de 3,5. Isso mostra que foram dez anos patinando”, destaca a especialista.

Se em 2013 a distância entre a qualidade esperada e a obtida era de 0,2 ponto, agora esse abismo mais que quadruplicou: 0,9 ponto separa o Ideb proposto para 2017 (de 4,7) do resultado alcançado pelo Brasil, de 3,8. O índice é ligeiramente maior que a nota de 3,7 da edição anterior da avaliação, em 2015. “Esses dados mostram o estado de falência do ensino brasileiro. Faltam professores, valorização da profissão docente e políticas públicas de continuidade, já que hoje vemos uma troca de Ministros da Educação a cada ano, sem falar da infraestrutura das escolas”, analisa a consultora.

Embora à frente da rede pública nas notas do Ideb, a rede particular de ensino no Brasil não atingiu as metas estipuladas para ela em nenhuma das etapas avaliadas. De acordo com a Andrea Ramal, a educação particular também mostra estagnação. “A situação é muito preocupante e a escola particular também não pode comemorar muito. As particulares ficaram abaixo da meta. Além disso, aproximadamente dois pontos percentuais separam as escolas públicas das particulares. Essa diferença é grande e o aluno de colégio público vai perceber essa distância quando for prestar vestibular e buscar o ingresso no mercado de trabalho”, destaca a educadora.