Jorge Monteiro com atividade inspirada em “O mito da caverna”. Foto: Divulgação / Estação do aprender

Fonte: O GloboAutor: Leonardo Sodré

 

Este artigo tem por objetivo discutir metodologias heterodoxas de ensino que objetivem aliviar as tensões geradas no emocional e no psicológico dos alunos pela pandemia da covid-19. 

As condições do isolamento e de aulas à a distância durante a quarentena têm levado educadores e pais a redobrar a atenção com a saúde mental de crianças e jovens e a recorrer a atividades de reforço que trabalhem a inteligência emocional dos alunos. Com aulas remotas de filosofia e o aumento da interação social on-line, inclusive através de jogos eletrônicos, é possível aliviar as tensões criadas pela pandemia. Neste momento, educadores alertam para não se exigir demais dos estudantes.

Quando o emocional está abalado, a capacidade de aprender é afetada

— A neurociência diz que você só consegue aprender a longo prazo pela emoção. O que fica em nossa memória por muito tempo é o que marca. Daí se dá o aprendizado. Quando se tem um emocional abalado, como neste momento, a capacidade de aprender é afetada — explica a doutora em educação Andrea Ramal, que defende atividades além da grade curricular. — Vale investir em cursos on-line de botânica, astronomia ou outros ligados à criatividade, como desenho. Até através de jogos eletrônicos é possível ampliar o conhecimento, em equilíbrio com as emoções.

Karina Ferreira de Souza, professora de filosofia da escola Estação do Aprender, vem testando com os alunos, mesmo que remotamente, aulas em que as tarefas podem ser realizadas de diferentes formas, com vídeos, desenhos e textos.

Reflexões filosóficas para trabalhar sentimentos

— Nas aulas, através do Zoom, não há avaliação com notas. Propomos reflexões filosóficas para que eles elaborem com suas próprias questões, trabalhando os sentimentos diante dos desafios que estão enfrentando com esta nova realidade — conta ela, que dá o exemplo da última aula feita remotamente com os alunos do 3° e 4º anos da escola. — Através da história do “Mito da caverna”, de Platão, foi possível discutir com eles verdade e ilusão, o que traz tristeza e alegria, e falamos dos sentimentos que aparecem quando criamos alucinações negativas.

Se você acompanha e gosta do trabalho desenvolvido pela educadora Andrea Ramal, então você não pode deixar de ler o artigo ANDREA RAMAL FALA SOBRE OS DESAFIOS DA VOLTA ÀS AULAS NO PÓS-PANDEMIA.