Reprodução do Youtube traz cena em que Momo ensina crianças a cortarem os pulsos

Fonte: Maternar | Autora: Melina Cardoso

Em casa não temos o hábito de deixar nossa filha muito tempo com o celular. Ela ama ouvir música e já ligou para algumas pessoas pela câmera do WhatsApp.

Como a maioria das crianças de sua idade, escuta “Baby Shark Doo Doo Doo” e faz as coreografias com as mãos. Recentemente, ela teve uma crise de choro após ver um vídeo do Baby Shark e disse que estava com muito medo. Marli, que ajuda a cuidar dela não sabia o que fazer para acalmá-la. Ela me ligou, mas nada a acalmava.

Ela é muito comunicativa. Então, quando cheguei do trabalho, conversei com ela sobre o choro e ela repetiu que estava com medo do Baby Shark. Oramos juntas, falei muito com ela, explicando que o Baby Shark não fazia nada e decidimos reduzir ainda mais o tempo de exposição ao aparelho.

Semana passada, diversos pais ao redor do mundo relataram que a boneca macabra Momo apareceu durante vídeos infantis no YouTube Kids. Há relatos de pais que disseram que a Momo ensinava, inclusive, a cortar os pulsos. Pensamos que essa poderia ser a resposta para a crise de medo que ela teve.

“Eu achava que era fake news até meu filho vir falar do monstro do tablet. Não tem como vigiar o tempo todo, muito difícil, mesmo”, relatou Thiago Areias em um tweet. “O  que fizemos aqui foi deletar o app e deixar só os controlados com assinatura”, completou.

Outro lado 

Procurado, o Youtube respondeu, por meio de nota, que não há evidências da existência do desafio Momo no YouTube Kids. “Conteúdo desse tipo violaria nossas políticas e seria removido imediatamente”, disse o comunicado.

Desafios online

“A discussão que veio à tona com o Momo e outros desafios, como Baleia Azul, trouxe alertas importantes para as famílias, para que monitorem mais o uso da internet e, sobretudo, conversem com os filhos, num clima de abertura e acolhimento. Vale também para as escolas, que devem incluir nas aulas uma educação para o uso responsável e seguro da internet”, afirma Andrea Ramal, Doutora em Educação pela PUC-Rio.