Andrea Ramal, escritora e doutora em Educação pela PUC-Rio, diz que a distribuição equilibrada de tarefas domésticas é importante

Revista ELA – Confira abaixo as sete dicas que a educadora Andrea Ramal preparou para a revista Ela, do jornal O Globo, sobre como educar as crianças sem os estereótipos de gênero:

1- Divida as tarefas domésticas

As crianças podem e devem ser envolvidas nas tarefas domésticas, sempre com responsabilidades iguais. Depois das refeições, nada de “menina ajuda a mãe a lavar pratos, enquanto menino assiste ao futebol na TV com o pai”. Todos arrumam a cozinha juntos e depois todos vão se divertir.

2 – Rotina igual

Uma recente pesquisa mostrou que, nos lares brasileiros, quando é preciso ajudar os pais a tomar conta dos filhos menores, em geral, quem faz isso é a menina. Nesta hora, ela precisa parar de estudar ou brincar, enquanto o filho homem segue sua rotina. O recomendado é que se revezem na tarefa.

3 – Debata as relações desiguais

É comum contos infantis representarem o homem como aquele que trabalha fora, batalha para manter e defender a família, enquanto a mulher é responsável por cuidar da casa e dos filhos. Vale debater essas histórias com os meninos, questionando as representações e os estimulando a pensar no equilíbrio de papéis.

Meninas ganham fogão e panelinhas. E os meninos? Os presentes são bola, laboratório de ciências, carrinho. Os pais acham que “brincar de casinha” não é coisa de menino! Mas isso desenvolve o planejamento, a organização e o trabalho em equipe, além de ensinar que cuidar da casa é responsabilidade dele também.

Não faça comentários sexistas nem brincadeiras que coloquem a mulher em situação de inferioridade. Elogie uma mulher mais pela inteligência, do que pelo corpo; valorize uma profissional mais pela competência do que pela beleza. As crianças aprendem por imitação, e esses são exemplos de mensagens positivas.

6 – Reveze as lideranças

Faça atividades, como brincadeiras ou trabalhos em grupo, em que as meninas revezem a liderança com os meninos. Isso vai formá-los para um mundo onde homens e mulheres dividem responsabilidades e trabalham em conjunto dentro de casa, nas empresas e no governo dos países.

7 – Dê o exemplo

Em casa, na convivência com os filhos, procure manter uma relação de respeito pela opinião e pela maneira de ser de cada um, com companheirismo e diálogo. Um ambiente em que os direitos da mulher são respeitados e promovidos tem mais chances de formar meninos que levem essa atitude adiante.

Fonte: O GloboAutor: Revista Ela