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Fonte: Lívia Neder, O Globo Niteroi. 25 de out. 2020

Para muitos especialistas, o ano letivo 2020 foi perdido. Por isso, um planejamento para 2021 é imprescindível.

Para a educadora Andrea Ramal, doutora em educação pela PUC-Rio, a revisão do conteúdo deste ano é necessária, assim como o aperfeiçoamento do ensino a distância (EAD), que poderá ser aplicado mesmo que forma híbrida.

“Não podemos falar em conclusão de ano letivo porque não houve ano letivo. Tivemos um período tumultuado de ensino remoto, de maneira improvisada, no qual cada escola, professor e família avançou de forma desigual. Mesmo nas escolas que se preparam melhor para a EAD, houve diferença no ritmo de aprendizagem. Sem falar que, no ano escolar, não trabalhamos apenas conteúdo. Uma série de habilidades socioemocionais não foi desenvolvida. Dinâmicas de grupo, apresentações de trabalhos, esportes coletivos não aconteceram. É preciso fazer de 2021 um ano que valha por dois e recuperar o tempo perdido. Não é o ideal, mas é melhor que começar do zero. Ficou muito claro que precisamos de ações de inclusão digital, ações de qualificação dos professores para implementar o ensino híbrido, o futuro da educação, e uma proximidade maior das famílias para que consigam acompanhar o estudo dos filhos, avalia a educadora, que também é consultora, escritora e palestrante.

Andrea Ramal destaca que, durante a pandemia, ficou clara a necessidade de personalizar o ensino: “Há uma incerteza do quanto cada criança aprendeu neste período. Não adianta apenas aplicar provas avaliar. é preciso fazer um bom diagnóstico e um trabalho personalizado. O ensino médio já está sendo desenhado para ficar mais diversificado e, agora, com a pandemia, essa tendência de um ensino personalizado ficou urgente. Em uma mesma sala teremos crianças com níveis muito diferentes de aprendizado e motivação. Essa variação depende da formação de cada família, já que alguns sabem orientar melhor que outros e tem a ver com o estado emocional dos filhos”, explica.